Os países europeus podem morrer de velhos? Portugal arrisca perder um quarto da sua população em poucas décadas, sem a entrada de imigrantes. Serão eles a solução para o rejuvenescimento europeu? O que podem fazer as migrações pela economia e sistema social de pensões?
Numa Europa cada vez mais envelhecida fala-se numa “invasão” de imigrantes, mas apenas 11% da população da União Europeia nasceu noutros continentes. De onde chegam e o que procuram estas pessoas? São uma ameaça ou podem ser uma solução para a sobrevivência social e económica de alguns estados-membros?
Em Portugal, sem migrações, passaremos dos actuais 10,4 para apenas 7,8 milhões em 2060. Pode o país morrer de velho? Que diferença fará a chegada e partida de pessoas nas próximas décadas? No Fronteiras XXI será apresentado um estudo inédito que prevê o enorme impacto das migrações para o futuro do país, a revitalização da economia ou para o sistema de pensões da Segurança Social.
O programa de dia 17 de Maio conta com a presença especial de um dos mais conceituados fotógrafos da actualidade, Sebastião Salgado, que registou grandes movimentos de pessoas em África, Ásia ou na Europa. A ele juntam-se a socióloga e especialista em demografia Maria João Valente Rosa, o professor de Direito e ex-director do Observatório das Migrações, Gonçalo Matias e o geógrafo e professor da Universidade de Lisboa Jorge Macaísta Malheiros, autor do estudo que será lançado no Fronteiras XXI. Não perca às 22 horas na RTP3.
Bom dia .
Contribuí com perguntas , que não vi colocadas , e assisti ao programa .
Lamento , mas na minha modesta opinião foi um desenrolar de lugares comuns , tendenciosos , no sentido de considerar as migrações , uma solução.
Tem sido uma solução designadamente para baixos salários, aumento da criminalidade organizada , trafico de droga , e fim do projeto europeu .As ditaduras mundiais , os regimes despóticos , cleptocratas, ou os incompetentes , “despejam” cidadãos no velho continente , ou nas américas do norte , e austrálias , que infelizmente não encontram nos seus países a liberdade , a igualdade , e a fraternidade , a que teriam direito como todo o ser humano . Depois ao serem acolhidos , infelizmente , muitos deles , manifestam o comportamento de seita , que não seria de esperar , por quem os acolhe e ajuda . Vivemos mesmo num mundo tribalista .
Do Carlos Daniel não vi isenção , do painel não vi equilíbrio . Não questiono as qualificações do mesmo painel , mas do Sebastião … grande profissional da fotografia … que infelizmente só esteve por cá no Portugal de 74 e 75 , e devia sonhar com uma revolução no brasil … não lhe disseram que por aqui as coisas mudaram bastante .A investigadora era quase sempre a favor do impacto positivo das migrações, e com uma conversa redonda , o geografo era mais equilibrado e limitou-se quase sempre a demonstrar a clareza dos seus quadros, salvo quando o Carlos Daniel lhe pedia para um encómio para com as migrações , ao jurista só faltou a divulgação do escritório , e que faria pro bono , o processo de legalização de um qualquer ilegal que saltasse na pista da Portela .
As migrações são uma solução , sim , se as pessoas forem generosas , e pretendam viver , respeitando os outros . A integração por aí não seria uma questão incidental . Mas o tribalismo de facto existe .O espirito de seita , e o calculismo eleitoral dos partidários das mesmas migrações , e dos seus opositores existem , para lá de todos os casos humanos e de generosidade .Pois os números contam , e assim desaparecem as nações . E quando os povos não querem se reproduzir , fatalmente morrem as nações . Ninguém levantou a questão de que um numero menor de habitantes até pode ser uma situação de melhoria e optimização de recursos , e a responsabilização perante as gerações futuras , não os endividando no presente , e que se a questão é de números para renovação de gerações , então porque não promover incentivos á natalidade , face á legitima ambição de carreira de qualquer casal , ou individuo , sobretudo a mulher , que se libertou das grilhetas da submissão á vida domestica , e ao paternalismo , de uma sociedade atrasada e castradora da sua independência e liberdade . Vamos transigir com a mutilação feminina , e mais uma dúzia de práticas arcaicas , limitadoras da liberdade individual , em nome de que ? , do aconchegamento das civilizações ? , mas onde é que se aceita a reciprocidade plena de direitos , que só vemos nas europas , américas do norte , ou austrálias ? .
A generosidade deve ser feita sem calculismos , e temos aí o exemplo da palavra do Papa Francisco , que dá a mão , a quem , um dia por qualquer pisadela no metro , lhe dá para pensar lhe querer cortar a cabeça , mas olhem lá no que deu a generosidade com o Hitler ou Estaline , para apaziguar as suas ambições territoriais .
Temos de ser estúpidos , em nome do politicamente correto , e do calculismo dos partidos que perdem votantes por quererem “comprar votos em numero mais significativo” a todas as minorias , com algum significado eleitoral .
A generosidade tem a sua força , e devemos ajudar o próximo , quando necessita , e o podemos fazer , e decerto como Sebastião Salgado bem disse no caso , “somos um mesmo povo” , ora então devemos sentir “que somos uma mesma tribo ” , a tribo dos humanos .
Aí sim as migrações são uma solução , nunca um problema .
Se o país paga salários miseráveis, como é possível manter as pessoas cá em Portugal. Eu vou falar por mim, sou licenciado, trabalho para uma empresa conhecida em Portugal que não vou referir o nome e ganho o salário mínimo. Vou ficar neste país até julho e já tenho propostas para emigrar para França. Enquanto tivermos salário mínimos tão baixos, aos preços que os produtos custam em Portugal é preferível ganhar o salário mínimo lá fora, os produtos custam o mesmo que cá em Portugal. Concorda comigo que o salário mínimo deveria estar noutros patamares?!
Embora seja natural do Brasil, viva há vinte e cinco em Portugal, que gosto muito, assim como de toda Europa, mas é notória a dificuldade do “velho continente” aceitar e integrar os avanços tecnológicos, de modo a promover não apenas o seu desenvolvimento, mas a verdadeira integração social, cultural e econômica, a integração de quem, assim como eu no passado, migrou à procura de uma oportunidade que lhe permita melhorar a sua vida e a de sua família. Sei que esta será uma missão difícil, mas acredito, sinceramente, que a Europa irá ultrapassar as barreiras internas que ainda lutam pela exclusão, esquecendo-se do passado. E sem sombra de dúvida, a mais valia para que a Europa que tanto sonhamos se torne uma realidade,passa pela tecnologia, como a internet é pelas pessoas.
A Europa precisa sair do ciclo inércia-reação-inércia e dedicar-se a se preparar para absorver esse movimento migratório de forma estruturada e satisfatória para todos. Não adianta fechar fronteiras e empurrar as pessoas pra lá. A pressão desse outro mundo ignorado e muitas vezes explorado em benefício de outros interesses vai ser mais forte. E o aspecto humano não pode ser descurado. Os países europeus precisam fazer esse esforço conjunto para enfrentar um mundo em mudança do qual os europeus não poderão escapar. Então que seja por bem e da melhor maneira possível, com políticas inteligentes.