A educação é a chave para subir no elevador social. Mas se houve grandes progressos, estudantes mais pobres, de famílias menos escolarizadas ou de outras etnias continuam a chumbar mais. Que medidas podem ajudar a desbloquear a estagnação social dos portugueses?
O apelido ainda conta para conseguir um bom emprego? Estudar é a principal garantia para uma vida melhor? A diferença entre homens e mulheres que chegam a cargos de topo tem os dias contados?
Em Portugal o aumento da escolaridade foi fundamental para garantir mais oportunidades para todos. Houve enormes progressos na educação da geração nascida em meados do século passado, para a dos filhos de Abril.
Apesar disso, hoje, apenas 46 em cada 100 portugueses completou o ensino secundário. E mais de metade da população ainda tem uma profissão equivalente à dos pais, revela o estudo inédito da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre mobilidade social, que será apresentado durante o Fronteiras XXI.
No próximo programa vamos discutir formas de combater as desigualdades que travam as oportunidades de subir na vida e as medidas políticas necessárias para desbloquear a estagnação social dos portugueses.
Para o debate, convidámos a segunda mulher do país a ocupar o cargo de ministra, Leonor Beleza, que preside à Fundação Champalimaud. Junta-se a Johnson Semedo, fundador de uma academia de futsal que apoia jovens de bairros problemáticos, e à especialista em economia política e pública, Susana Peralta. Não perca o debate! Dia 6 de Setembro, às 22 horas na RTP3 e online.
Um dos principais factores para se subir na vida e haver maior acesso às oportunidades é a inteligência emocional. A principal causa do mau aproveitamento e da desistência dos estudos está no seu ambiente familiar. Pessoas com enquadramentos familiares débeis são as primeiras a evidenciar estes problemas e, mais tarde na vida, virem a ser delinquentes e/ou criminosos.
Na minha opinião, a forma resolver a larga maioria dos problemas da sociedade está na aposta do acompanhamento e apoio psicológico das famílias destes jovens. É mais profícuo investir no tratamento e acompanhamento dos pais do que propriamente dos filhos.
Tema interessante, atual e pertinente.
A reflexão, que estes momentos nos proporcionam, poderão ser a chave para mudanças significativas na nossa sociedade.
Parabéns à organização e à Fundação.
O tema é extraordinariamente pertinente! Todos queremos, ou pelo menos acredito que sim, ver as gerações que nos seguirem viver mais, melhor e incorporando cada vez em maior grau o respeito pelo mérito, competências e capacidades próprias e dos outros.
Mas estamos a fazer o que devemos para isso? Está a sociedade recetiva a essa lógica de vida e progressão no trabalho? Ou continuamos agarrados a ideias antigas de valor baseado na antiguidade e não no mérito, de respeito baseado na origem e no nome e não no trabalho concretizado pelo individuo, de preferência pela afinidade socioeconómico e não pelas competências desenvolvidas?
Muito interessante e actual
Gostava de perceber porque é que Leonor Beleza está, mais uma vez, neste painel. Mas infelizmente não compreendo. Será porque corresponde ao exemplo acabado do que não deve acontecer quando falamos de ascensão socioeconómica?