A extrema-direita chegou à liderança de uma das maiores democracias do mundo, o Brasil, com a eleição do Presidente Jair Bolsonaro. Nas ruas, os brasileiros dizem preferir a ameaça de uma ditadura militar à criminalidade urbana, corrupção e à crise económica que o país atravessa.
Na Europa, a extrema-direita também ganha força em países como a Hungria, Polónia, a Áustria ou a Holanda. A escolha popular é determinante para eleger os governantes, mas o resultado também pode ser, por si só, uma ameaça à liberdade e à essência da democracia.
Por outro lado, mudar de governantes nem sempre significa uma mudança de políticas, sobretudo as que vão além-fronteiras e são decididas por instituições como a União Europeia. Itália, por exemplo, acaba de ver chumbado por Bruxelas o seu orçamento para o próximo ano. E em Portugal, a chanceler alemã Angela Merkel é considerada uma figura-chave para os destinos da economia nacional, num ranking dos mais poderosos (ver infografia).
Hoje, onde pára o poder? Qual é o peso da banca e da alta finança, das elites empresariais, dos novos media e do controlo das redes sociais no rumo dos países? Que contrapoderes existem e quais têm sido mais eficazes? Qual o papel da Justiça? Que ameaças traz consigo o vazio de poder nas instituições tradicionais da democracia?
Para responder a estas perguntas juntámos no Fronteiras XXI o ex-Presidente da República do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, o CEO do Lloyds Bank, António Horta Osório e a administradora do grupo Media Capital, Rosa Cullell.
A moderação foi da jornalista Ana Lourenço. Reveja o programa.
Presidente do Brasil durante dois mandatos (entre 1995 e 2003).
Doutorado em Ciências Políticas e licenciado em Sociologia, professor universitário e escritor foi considerado, pela Biblioteca do Congresso Americano, como um dos maiores pensadores na área de ciência política e sociologia da América Latina.
Esteve no exílio durante a ditadura militar no Brasil, saindo em 1964 para o Chile e depois para França, regressando ao seu país em 1968. Foi fundador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Deu também aulas nas universidades de Stanford, Cambridge e de Paris.
Foi senador por São Paulo pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e um dos fundadores do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), em 1988. Integrou a Assembleia Nacional que elaborou a Constituição.
Foi ministro das Relações Exteriores (1992-1993) e ministro da Fazenda (1993-1994) no governo de Itamar Franco.
É doutor Honoris Causa pelas faculdades de Economia da Universidade de Coimbra e do Porto, e pela Universidade de Montreal. Recebeu o prémio John W. Kluge (2012).
Lidera a Comissão Executiva do Lloyds Banking Group desde 2011, e o seu mandato foi renovado este ano com 99,7% dos votos
Formado em Gestão e Administração de Empresas na Universidade Católica Portuguesa, onde também deu aulas, ingressou no Citibank em 1987. Em 1991 concluiu o MBA no Instituto Europeu de Administração de Empresas, onde ganhou o Prémio Henry Ford II de melhor aluno.
Vai trabalhar para a Goldman Sachs em Nova Iorque e Londres. Em 1993, juntou-se ao Grupo Santander: cria de raiz o Banco Santander de Negócios Portugal, do qual foi presidente-executivo, liderando também as actividades do grupo no Brasil.
Foi director-geral e membro do Comité de Direcção do Santander em Espanha e presidente do Conselho de Administração do Santander Totta.
Em 2003 concluiu o Advanced Management Program na Harvard Business School e foi convidado para administrador não-executivo do Abbey National, chegando depois à presidência executiva do banco. Foi ainda administrador não-executivo do Banco de Inglaterra.
É administrador não-executivo da Fundação Champalimaud e da Sociedade Francisco Manuel dos Santos BV.
É administradora-delegada da Media Capital pelo terceiro mandato consecutivo, liderando o grupo de media que detém a TVI, a rádio Comercial ou a plataforma IOL, o segundo maior portal nacional.
Formada em Ciências da Informação pela Universidade Autónoma de Barcelona e em Alta Direcção pelo Instituto de Estudos Superiores da Empresa, começou como jornalista no Mundo Diario, jornal da capital catalã. Foi correspondente do jornal em Londres, onde colaborou com a BBC. Seguiu depois para a Austrália onde coordenou o departamento de temas multiculturais e de ajuda aos imigrantes do Ministério da Imigração. Em Espanha, foi jornalista na TVE-Catalunha e no diário El País, onde ainda integra o Comité Editorial.
Foi directora-geral executiva e membro do Comité de Direcção da La Caixa, uma das maiores instituições financeiras espanholas, assumindo também a função de administradora-delegada da editora Grup 62. Teve cargos directivos no Gran Teatre del Liceu e na Corporación Catalana de Medios Audiovisuales e integrou a administração de empresas como a Panrico, o Carrefour, a Telefónica e Fecsa-Endesa.
É autora do romance “El mejor lugar del mundo”, publicado em 2011.
Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.
É pena não haver um único académico presente para discutir o assunto.
FHC, no Brasil, não passa de um fóssil político. Um dano ao Brasil!!
Enviei a pergunta, como saberei se garantir meu assento?
Obrigado.
O link para envio de questões não está a funcionar, designadamente na opção “convidado”.