As florestas prestam serviços essenciais ao planeta e dão bens indispensáveis à humanidade. Mas será que a sua gestão sustentável é compatível com uma economia desenvolvida? Descubra as respostas a esta e outras questões que desafiam Portugal e o mundo, reveja o programa aqui no site.
Nos últimos 30 anos, o planeta terá perdido 178 milhões de hectares de floresta – uma área equivalente à da Líbia, segundo as estimativas das Nações Unidas.
A desflorestação é um problema que continua a pôr em risco florestas fundamentais para a vida na Terra – como a Amazónia. Mas há indicadores que suportam uma visão optimista do futuro.
A área florestal da União Europeia (UE) cresceu 10%, desde 1990, revela o Eurostat. E Portugal foi um dos países que mais aumentou os seus ecossistemas florestais, que, segundo a Pordata, hoje se estendem por 50% do território – colocando o país acima da média da UE, em 7.º lugar.
No entanto, os dados oficiais sugerem que este capital natural pode estar a ser subaproveitado pelos portugueses. O valor gerado pelo sector florestal nacional coloca-nos a meio do ranking da UE, em 12.º lugar.
Num país onde 92% da floresta está nas mãos de privados, qual pode ser a estratégia? Que caminhos falta desbravar neste sector económico? Será possível criar negócios simultaneamente sustentáveis e rentáveis? Que papel poderá a floresta portuguesa ter no planeta e na economia global?
Neste Fronteiras XXI debatemos o valor das florestas e se a sua gestão sustentável é compatível com uma economia desenvolvida. Com a presidente do conselho científico do Instituto Superior de Agronomia Margarida Tomé, o presidente e CEO da Corticeira Amorim António Rios Amorim, o professor de Economia Agrícola José Lima Santos e o empresário do sector florestal Gonçalo Alves.
Tivemos ainda entrevistas com peritos internacionais, como o engenheiro florestal brasileiro Tasso Azevedo e o director europeu da União Internacional para a Conservação da Natureza Luc Bas.
A moderação deste debate esteve a cargo da jornalista da RTP Ana Lourenço.
Reveja o programa aqui no site.
Ontem tentei ver este programa, pelo interesse que me despertou mas cedo tive de desistir quando a ‘narrativa’ principal era a gestão da floresta pelo estado e que o problema da floresta em PT era ser quase na sua totalidade privada. Isto vai contra os melhores exemplos europeus, ex. Finlândia que é o caso que bem mais conheço, onde grande parte da floresta é privada e é o ‘benchmark’ europeu da boa gestão florestal…
Boa noite!
Excelente tema uma vez mais com um painel de excelência.
Pena é não ter tido a presença do Governo, do ICNF, da FNAPF, da indústria papeleira portuguesa, pela CELPA, por exemplo, uma indústria com enorme peso nas exportações nacionais.
A intervenção da Margarida Tomé foi bem pertinente no foco do problema.. a gestão da Floresta e da Biodiversidade!!
Porque, pese embora, termos um país cuja floresta é maioritariamente privada…quem faz a política da mesma é o Governo de Portugal…através dos mecanismos mencionados pela Margarida Tomé, os PROT e PDM entre outros… e no extraordinário caso dos incêndios florestais, ou rurais como hoje são referidos, que assolam sistematicamente Portugal continental, o Estado Português é um péssimo aluno!!! Onde está a política de prevenção?! Qual o custo do pilar combate vs. pilar prevenção?! E quantos anos passaram desde o ano mais trágico em Portugal, sem que fosse definido uma renovação, restauração, reordenação dos ecossistemas que arderam?! E o caso da Mata Nacional de Leiria?! E como estão os Parques Naturais, Reservas Naturais e Áreas Protegidas (Sítios Classificados), veja-se no caso destes últimos a situação do Açude da Agolada e do Monte da Barca, em Coruche/Santarém?!
Obrigado!
Cumprimentos,
Nuno Cruz
Como representante do sector industrial de transformação de cortiça, António Amorim poderia estar informado acerca do que se passa do lado da produção. A realidade não corresponde de todo ao romantismo apresentado pelo orador. Há vastas áreas de montado de sobro que estão em acentuado e acelerado declínio e cuja gestão deixou há vários anos de ser rentável.
Concordo plenamente.
É certo que o Grupo Amorim tem parcerias com algumas instituições publicas relativamente à investigação da “aceleração” da extração da cortiça. O que deve ser questionado é, qual o beneficio/rentabilidade, ou seja, conseguir aquisição de matéria prima a um preço mais baixo, ou aumentar o número de postos de trabalho por influência do aumento da matéria prima.